Em 1911, era lançado em Lisboa o jornal O Negro: Órgão dos Estudantes Negros. Este foi o primeiro periódico editado de uma geração de ativistas que, durante 22 anos, organizou-se em torno do pan-africanismo, da luta contra o racismo e da reivindicação de direitos para os territórios colonizados. O jornal, que era dirigido por estudantes negros em Portugal, pretendia combater as «iniquidades, opressões e tiranias», apelava à construção de um partido africano e exigia da República o fim da desigualdade racial. Esta publicação, que teve apenas três números, converteu-se num marco da luta negra radical e é uma das sementes do movimento que resistiu de 1911 até 1933. 110 anos depois Cristina Roldão, José Augusto Pereira e Pedro Varela, com a "Falas Afrikanas", fizeram uma reedição comemorativa dos três números desta publicação.